Hoje é dia da blogagem coletiva "Abre Aspas", proposta pela Lunna, do Aqua.
Eu poderia falar de tantos poetas de quem eu sou fã incondicional, como Mário Quintana, Paulo Leminski, Drummond, Vinícius de Moraes, Fenando Pessoa, Florbela Espanca e outros tantos conhecidos de todos.
Mas resolvi falar sobre a Tânia Lopes, que é minha conhecida e quero apresentar pra quem não a conhece.
(foto surrupiada do orkut)
Tânia Teresinha Lopes, natural de Itaqui, nascida em 5 de dezembro de 1944.
Filha de Cândido Gutierrez e Dorila Peralta Ugalde.
Irmãos: Margarida de Souza Aguiar (por parte de mãe/pai) e Teresinha Gutierrez Borba, Maria Ester
Gutierrez Oliveira e Cláudio Gutierrez (por parte de pai).
Casada com o bancário aposentado Asdrubal Lacerda Lopes.
Filhos: Nádia Maria Lopes e Valério Lopes.
Avó de Alice Lopes Caldas Fagundes.
Professora Estadual (aposentada); Formada em Artes Plásticas com Especialização em Pintura pela UFSM.
Atuou nas escolas: Santa Teresa de Jesus (Itaqui), Henrique de Ossó (Arroio Grande), Irmão José Otão e João Belém (Santa Maria).
Alguns destaques – Prêmios Literários:
– Concurso Carlos Drummond de Andrade da UFSM, 1° lugar em Literatura Infanto Juvenil, com o livro “Sacolino”, em 1988. Editado em 1992 reeditado 2004 e 2007
– Concursos da AABB em 1987 e 1988, 2° lugar com os contos “Pesadelo” e “De Amores”, respectivamente.
– Concurso Literário Felippe de Oliveira, Menção Honrosa com o mini–conto “Parceria” (ano?)
– Concurso Literário Felippe de Oliveira, 3° Lugar com o conto “História (In)Comum” em 1989.
– Concurso do Grupo Ecológico Chico Mendes da Casa do Poeta – Porto Alegre, 2° lugar com o conto “Como soltar um passarinho ou mais de um...”.
– Concurso Norma Garcia Perez, 3° lugar com a crônica “Desabafo”.
–Participação na Seleta de Verso e Contos (Santiago– RS)–1995
–Participação no livro “Santa Maria em Letras”–Ed.Comemorativa dos 100 anos da Câmara Municipal de Santa Maria–1995
– Concurso “A UFSM na minha história”, Menção Honrosa com “História que recém começou” em 2000.
– Concurso “A Poesia pede passagem” – veiculada nos ônibus de Santa Maria.
Participação em livros e revistas em parceria com a Associação Santa–mariense de Letras da qual fez parte a partir do segundo ano de sua fundação.
Participação no livro –“ Ponto de Cinema”– 2001– org. Mário Lucio Bonotto Rodrigues.
Participação em livros e revistas em parceria com a Associação Santa–mariense de Letras da qual fez parte a partir do segundo ano de sua fundação.
Cartuchos Poéticos – I e II de poesias e, III de histórias de Natal..
Participação nas Revistas de Humor “Garganta do Diabo”, do Grupo de Risco– Santa Maria.
Livro de poesias “Espontânea”, Coleção Noventa (1993) – editado pelo Instituto Estadual do Livro do RS – IEL.-prefaciado por Lígia Militz da Costa
– Participação no livro “Antologia do Sul” – editado pela Assembléia Legislativa (RS) em 2001– org. Dilan Camargo.
Participação no Livro “Ofício de Poeta” – FNDE – Editora Scipione em 2003.
Participação no livro de crônicas “Trem dos onze” org. Antônio Cândido de Azambuja Ribeiro e Vitor Biasoli –2004
Participação no livro de poesias “O Maquinista Daltônico”– org. Athos Miralha da Cunha– 2007
Edição da autora: “Pedaços”, (prosa e verso),1984
“Sacolino” (infantil), editado 1992, reeditado 2004 e 2007
“Coletânea de Textos” 1991
“O Olhos da Menina” (prosa),1995
“Limites” (novela) 2002
“Simbiose”, (poesia) em parceria com a filha Nádia Lopes.2003
“Vida em conta–gotas”–crônicas– 2004
“O Palhaço Laranjinha” 2004
Medalha conferida pela ASL –1994–Por Serviços prestados à Educação e a Cultura.
Patrona da Feira do Livro Adulto e Infantil –2004
Patrona da Feria do Livro em Cacequi – 2007
Escolhi algumas poesias da autora:
Ah! se o sentir fosse
livre e inconseqüente
como o pensamento!...
Sem a censura de ninguém,
à posse total,
a qualquer momento...
Poder passar
de um simples olhar,
à glória,
sem tormento!
nas entrelinhas.
Às vezes um "não"
quer dizer "sim",
descaradamente...
Gente e mais gente
copos, mil...
Todos a um só tempo
perdem e bebem juventude e poesia.
Abstêmia,
abstenho-me...
"Peixe fora d'água
que em si se isola..."
Mas já sedenta,
rendo-me e saudosa
aprisionada naufrago,
num copo moreno/morno
e passam dois
(e a saudade presente)
E anoitece
E amanhece
Chove
Neblina
Faz sol
(e a saudade presente)
E a gente se toca
pra ver se ainda é gente
(e a saudade presente)
E lembra a face querida,
dói, solidão revolvida
(e a saudade presente)
E a gente vê em sonho
o doce encanto, a quimera
não mais se exaspera
(e a saudade torna-se espera)
E passa um dia
e passam dois
e dias e dias ausente
(mas tem a saudade preenchendo a gente!)
para sonhar poesia
e o dia amanheceu desbotado.
bem pior do que o fim de um amor,
é um amor que não se concretizou...
Fica na boca
a vontade de sentir
o beijo
Na mão
a carícia nunca feita.
No pensamento,
a sensação do amor imerecido...
Ama
ou diz que ama...
Mesmo que seja
um arremedo
de amor...
O importante
é o exercício...
Um dia
a gente aprende...
apreende...
Ah! prende
e se surpreende
Conscientemente
podia tocar
teus lábios...
Mas quem ia segurar
a inconsciência
da mão que ia querer
acariciar o resto?
Torra–se
Torra-se:
sobra de balanço
(enquanto durar o estoque)
Pedaços de lembranças
toneladas de saudade,
Alguns apegos, raros achegos,
sobras de carinho, nacos de ilusão,
restos de felicidade.
Espaço amplo cordiforme, fachada encarnada,
sem luxo, sem trancas, de muito uso (e abuso)
quase vazio e avariado...
Torra-se
pra desocupar lugar
e a razão da fantasia.
Atitude
Sopre,
Aos quatro ventos,
Bons augúrios,
Alegrias...
Esqueça ódios,
Desamores...
Sobreponha
Sobre os segredos,
Pás de cal...
Acalente,
Mime,
Alimente,
À revelia,
Sonhos,
Amores,
Ilusões
E poesias...
Cultive,
Consolide,
Reserve,
Preserve,
A paz,
A amizade
A fé e
A saúde!...
Viver bem
Não é sorte
É atitude!...
Eles (Olhos)
Pouco importa o exterior franzido
Foram risos e choros que frisaram...
Deram adeus também
Os negros e longos véus
que os sombrearam...
Zelosos guardam ainda
Poucos
secretos
segredos
Quiçá,
pequenos
grandes
mistérios
( Outrora
instigantes,
curiosos,
e mal e mal espelhados...)
Restam, no entanto
os sustos que a vida deu
fixados bem no fundo,
e um quê triste e lobuno
que aos poucos embaça
pra não enxergar tristezas...
Da devassa
Tudo aceito
E nem lastimo
que é volta impossível
(e não existe “plástica de alma”)...
Se da confissão
Entenderam
E
Aceitaram,
Peço de volta,
Por favor, apenas,
O brilho da esperança
Que roubaram!
não pergunta
observa apenas
O olhar é mais explícito
O corpo fala mais
que mil palavras
O gesto arisco
diz mais de paixão
mesmo sem entrega...
Se queres a mentira
deixa as palavras fluírem
Elas são exímias
em esconder verdades...
.
6 comentários:
Que ideia legal a tua Rosa em nos apresentar a tua amiga Tânia Lopes.
Um beijo
Meire
Belíssima escolha, Rosa!
Adorei conhecer esta poeta de Itaqui!!
Tô dentro!
:)
Publiquei algumas poesias da Bruna Lombardi, que eu adoro!
Beijo!
Rosa
Gostei muito.
Tania Lopes,seja bem vinda.
Parabens, Rosa pela escolha.
Beijinhos
Rosa, que maravilha!
Além de nos dar de presente tantos poemas tão bonitos ainda fez uma belíssima homenagem à poeta, sua amiga.
Gostei demais de conhecer os versos de Tânia.
muito obrigada.
beijos
Boa escolha! Muito bonitos os poemas da Tânia!
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