NA PAZ E NA DOR
No começo não te vi...
Talvez surgindo do nada
Aos poucos apareci.
Flutuei num berço quente,
Num mundo dentro de ti...
Ventre de paz, simplesmente,
Até que um dia, nasci.
Chorei meu primeiro pranto,
Respirei meu próprio ar...
Me alimentei no teu seio,
Me aconcheguei no teu lar.
Abri meus olhos pra vida,
Pleno de luz e esperança.
Te vi mãe, anjo da guarda
Com meu olhar de criança.
Te vi avó, protetora,
Com nossos planos secretos...
Talvez um doce escondido
Pra o meu sorriso de neto.
A vida seguiu de manso,
Me levaste pela mão...
Até que, não mais criança,
Um dia te vi paixão.
E quantas vezes te vi
Sob um olhar encantado...
Num rosto doce de moça
Te vi ternura e pecado.
E escrevi no papel,
Que nos teus olhos eu vi
Um anjo longe do céu.
Te vi em forma de um sonho
De sonhar a vida inteira...
Trocamos almas e alianças,
Então te vi companheira.
E te abracei mansamente
Pela mais linda das trilhas,
Até que um dia de inverno
Te vi em forma de filha.
O tempo encurta os caminhos
Com suas asas abertas...
Até que um dia, velhinho,
Te vi num rosto de neta.
Te vi com vários olhares,
Te vi na paz e na dor...
Mas sempre te vi mulher,
Mas sempre te vi amor!
O Carlos Omar Villela Gomes homenageou as mulheres pelo seu dia lá no Facebook com esta poesia maravilhosa.
Esta poesia, com música de composição e interpretação de Nilton Ferreira, ganhou o Festival da Música Crioula de Santiago, em 2009.
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Um comentário:
Linda poesia, linda música, linda voz do moço.
Coisa boa é nos vermos valorizadas, né? Por isso acho que as homenagens têm que ser diárias, cheias de amor, atenção, carinho, respeito, de ambas as partes.
Bom partilhar coisa boa, né?
Beijo!
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