domingo, outubro 29, 2006

Tio Beto





Poema sem título

Sou daqueles que vivem para o espírito.
Sou daqueles
que vivem perdidos nos abismos insondáveis
do imaterial.
Mas, que sentem essa atração sedutora
de desvendar o mistério do desconhecido.
Sou daqueles que vivem a existência toda
ancorado no cais oco do vácuo
e com os olhos fitos na fímbria enamorada
de desconhecidos oceanos.
Sou daqueles que estridulam desesperos
ante o turbilhão da vida
e que gritam de tédio ante o silêncio das coisas mortas.
Sou daqueles que sempre estão querendo alguma coisa
tal qual um caçador perdido na floresta,
procurando uma saída
mas feliz dentro dela.
Sou daqueles que escrevem um poema
querendo dizer alguma coisa,
mas nada dizendo!
Sou daqueles que ao fim deste poema
sentem-se felizes por ter escrito um poema!
Edilberto Teixeira



Este é um poema do meu cunhado, marido da minha irmã, Elba e que estaria de aniversário hoje.
Onde estiveres, tio Beto, recebe o meu abraço.
Rosa



Um comentário:

Ana disse...

Convivi tão pouco com o tio Beto... Ou melhor, nas vezes em que nos encontrávamos, ficava curtindo muito mais a tia Elba!
É aquela mania de rodinhas masculinas e femininas separadas, que ainda predomina nas nossas reuniões!
Mas gosto muito das poesias dele!
Que linda homenagem, Rosinha!
Grande beijo!

 
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