sexta-feira, março 09, 2012

NA PAZ E NA DOR

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NA PAZ E NA DOR




No começo não te vi...



Talvez surgindo do nada

Por uma trilha encantada

Aos poucos apareci.


Flutuei num berço quente,



Num mundo dentro de ti...


Ventre de paz, simplesmente,

Até que um dia, nasci.



Chorei meu primeiro pranto,


Respirei meu próprio ar...



Me alimentei no teu seio,

Me aconcheguei no teu lar.


Abri meus olhos pra vida,


Pleno de luz e esperança.



Te vi mãe, anjo da guarda


Com meu olhar de criança.




Te vi avó, protetora,

Com nossos planos secretos...


Talvez um doce escondido


Pra o meu sorriso de neto.


A vida seguiu de manso,


Me levaste pela mão...



Até que, não mais criança,

Um dia te vi paixão.

E quantas vezes te vi


Sob um olhar encantado...



Num rosto doce de moça

Te vi ternura e pecado.


E quantas vezes senti

E escrevi no papel,



Que nos teus olhos eu vi

Um anjo longe do céu.



Te vi em forma de um sonho


De sonhar a vida inteira...


Trocamos almas e alianças,


Então te vi companheira.


E te abracei mansamente


Pela mais linda das trilhas,


Até que um dia de inverno


Te vi em forma de filha.



O tempo encurta os caminhos


Com suas asas abertas...


Até que um dia, velhinho,


Te vi num rosto de neta.


Te vi com vários olhares,


Te vi na paz e na dor...


Mas sempre te vi mulher,



Mas sempre te vi amor!







Carlos Omar Villela Gomes homenageou as mulheres pelo seu dia lá no Facebook com esta poesia maravilhosa.
Esta poesia, com música de composição e interpretação de Nilton Ferreira, ganhou o Festival da Música Crioula de Santiago, em 2009.









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Um comentário:

Lúcia Soares disse...

Linda poesia, linda música, linda voz do moço.
Coisa boa é nos vermos valorizadas, né? Por isso acho que as homenagens têm que ser diárias, cheias de amor, atenção, carinho, respeito, de ambas as partes.
Bom partilhar coisa boa, né?
Beijo!

 
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